Nesse artigo você verá os principais tipos de estruturas de contenção. Veja agora e aprenda mais sobre esse tipo de estrutura.
O que é contenção do solo? O que é a estrutura de contenção?
Estruturas de contenção são obras estruturais que tem o objetivo é conter maciços de solo, água ou até mesmo rejeitos. Elas devem ser dimensionadas de modo a suportar pressões laterais, cargas do material contido e cargas acidentais, evitando a ruptura dos maciços pelo seu próprio peso e por seus carregamentos.
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Quais são os tipos de estruturas de contenção?
Muros de Alvenaria de Pedra (Secas ou Argamassadas), Muros de Gravidade, Muros de Concreto Ciclópico ou Concreto Gravidade, Muros de Gabião, Muros de Saco de Solo-Cimento, Muros de Flexão, Terra Armada, Solo Reforçado com Geossintético, Estruturas de Contenção sem Reaterro, Paredes Diafragma, Cortina Atirantada, Solo Grampeado, entre outros.
Neste artigo você verá sobre todos esses tipos.
Muros de Alvenaria de Pedra (Secas ou Argamassadas)
Muros de Gravidade são estruturas corridas que se opõem aos empuxos horizontais pelo peso próprio.
Pontos positivos: Simplicidade de construção; Custo reduzido; Capacidade drenante do muro.
Pontos negativos: Necessidade de embricamento dos blocos; Necessidade de blocos com dimensões aproximadamente regulares (menor atrito); Contenção de talude com altura máxima de 2 metros.
Muro de Alvenaria de Pedra Seca
Para taludes com altura 2,0m < h <3,0m, deve-se empregar argamassa de cimento e areia para preencher os vazios dos blocos de pedras.
Muro de Alvenaria de Pedra Argamassada
Pontos positivos: Simplicidade de construção; Custo reduzido; Utilização de blocos de dimensões variadas; Maior rigidez em relação ao muro de pedra seca.
Pontos negativos: Elimina a capacidade drenante da estrutura de contenção e a necessidade de dispositivos de drenagem para alívio das poropressões.
Muros de Concreto Ciclópico ou Concreto Gravidade
Muro de Concreto Gravidade
Aspectos construtivos: São economicamente viáveis apenas quando a altura não é superior a 4,0m; Execução da estrutura com a necessidade de fôrmas; Seção transversal tipicamente trapezoidal;
Ainda temos o Muro Gravidade com Perfil Trapezoidal e o Muro Gravidade com Perfil Retangular
Econômico apenas para pequenas alturas (até 2 m), sendo geralmente utilizado o concreto ciclópico.
Muros de Gabião
São estruturas constituídas por elementos metálicos confeccionados com telas, preenchidos com pedras (Barros, 2005)
Aspectos construtivos: São construídas em forma de escadas e com degraus definidos em projeto; Estruturas flexíveis; Estruturas permeáveis; Seção transversal tipicamente trapezoidal;
Muros de Saco de Solo-Cimento
São constituídos por camadas formadas por sacos de poliéster ou similares, preenchidos por uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em volume);
Facilidade de execução em função da utilização de solo local;
Sem necessidade de utilização de fôrmas, pois o ensacamento é feito manualmente, assim como a compactação dos sacos (redução de vazios);
Colocação dos sacos de maneira variada para maior intertravamento da estrutura;
Um muro de arrimo de solo-cimento com altura entre 2 e 5 metros tem custo da ordem de 60% do custo de um muro de igual altura executado em concreto armado (Maragon, 1992).
Muros de Flexão
São estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L” que resistem ao empuxo por flexão, utilizando parte do peso próprio do maciço, que se apoia sobre a base do “L’, para manter-se em equilíbrio
Construído em concreto armado, tornando-se anti-econômico para alturas acima de 5 a 7 metros;
A laje de base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura do muro;
Para alturas superiores a 5,0 metros, é conveniente a utilização de contrafortes, para aumentar a estabilidade contra o tombamento.
Assista a aula 2 que postamos em nosso canal do YouTube:
Muro de Flexão – Fundação Direta
Muro de Flexão com Contraforte
Estruturas de Contenção com Reaterro
Terra Armada
Os três componentes principais da terra armada são:
O solo que envolve as armaduras e ocupa um espaço chamado “volume armado”;
As armaduras, elementos lineares e flexíveis que trabalham à tração. São fixadas às “peles” por parafusos;
A “pele”, que é o paramento externo, geralmente vertical. Pode ser constituído por escamas metálicas flexíveis ou por placas rígidas de concreto.
Solo Reforçado com Geossintético
Maciço formado por uma composição básica de dois materiais: solo e geossintético;
A proteção da face do talude (geossintético) é importante contra a deterioração por radiação solar;
Verificação quanto à resistência ao deslizamento na base, equilíbrio ao tombamento, verificação da capacidade de carga da fundação e segurança à ruptura geral;
As vantagens na utilização neste tipo de obra são: baixo custo, rapidez e facilidade na execução.
Estruturas de Contenção sem Reaterro
Cortinas de Estacas-Prancha
Estruturas constituídas por estacas-pranchas adjacentes, que são cravadas no terreno e que possuem engates laterais que permitem a conexão entre elas e a formação de uma cortina;
Estacas normalmente de aço ou concreto, podendo ser usados elementos de madeira para obras provisórias;
Para resistir aos esforços da cravação, sem sofrer flambagem, as estacaspranchas metálicas possuem configurações especiais que lhe garantem a rigidez necessária
Paredes Diafragma
Estruturas contínuas de concreto armado, concretadas em módulos ou painéis antes do início da escavação;
Ferramentas especiais são necessárias para a escavação, a partir do terreno, atingindo superiores a 40 metros;
A estabilidade das paredes é garantida pelo preenchimento da escavação com lama betonítica que tende a manifestar uma certa consistência quando em repouso e perder esta consistência quando agitada (durante a escavação).
Cortina Atirantada
Estruturas constituídas por placas de concreto que são ancoradas no terreno por tirantes, elementos que permitem transferir, por tração, esforços para o interior do maciço;
Os tirantes podem ser barras, de fios e de cordoalha e sua instalação ocorre de cima para baixo, de acordo com o avanço da escavação (comumente com um sistema de drenagem associado).
Solo Grampeado (“Soil Nailing”)
Sistema de contenção, aplicado a cortes, que emprega chumbadores, concreto projetado e drenagem superficial e profunda;
A partir do corte executado ou existente, inicia-se a primeira linha de chumbadores, aplicação do revestimento do concreto projetado e execução da drenagem;
Para um talude de corte já existente, pode-se trabalhar de forma ascendente ou descendente, de acordo com a conveniência da obra.
REFERÊNCIAS:
PIANCASTELLI, E. M – “Curso de Estruturas de Contenção”, 1997;
GOMES, R. C. – “Estruturas de Contenção e Obras de Terra – Notas de Aula”, 2003;
BARROS, P. L. A. – “Obras de Contenção – Manual Técnico”, 2005;
CARVALHO, P. A. S. (Coordenador) – “Manual de Geotecnia – Taludes de Rodovias: Orientação para Diagnósticos e Soluções de seus Problemas”, Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, 1991;
LOBO, A. A.; FERREIRA, C. V.; RENOFIO, A. – “Muros de Arrimo em Solos Colapsíveis Provenientes do Arenito Bauru: Problemas Executivos e Influência em Edificações Vizinhas em Áreas Urbanas”. In: Acta Scientiarum Technology. Maringá, v. 25, no. 2, p. 169-177, 2003
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Eng. Civil Rodolfo Marques